domingo, 24 de maio de 2009

Anorexia atinge universo masculino


Para quem pensa que a anorexia é uma doença que ataca apenas mulheres, está muito enganado. A patologia agora faz parte do universo masculino também, mesmo ainda havendo um preconceito em torno do tema.

Atualmente, o Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares (Ambulim) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-USP) tem atendido 30 homens, a maioria entre 17 e 22 anos. Em 2008, 18% dos atendimentos feitos no Ipq foram com pacientes do sexo masculino. Dos 563 casos, 104 eram homens.

Para a psicóloga Patrícia Arakaki, o diagnóstico da anorexia em homens tende a ser mais difícil porque não é um assunto discutido. “A mulher sofre uma pressão maior da sociedade, por causa do padrão de beleza já enraizado. Até pouco tempo, acompanhamos casos de jovens que morreram vítimas da doença. E em resposta, as agências passaram a não mais contratar modelos muito magras. Mas o fato é que a doença sempre existiu. E por mais que as pessoas digam que hoje não é mais assim, é certo que continua a mesma coisa. Quem consegue entrar naqueles vestidos mostrados na passarela? Já que a anorexia na mulher está tão em evidência, a doença no homem não será tema de discussão, apesar de ser totalmente possível. Outra questão que atrapalha o diagnóstico é o machismo, em pensar que é somente frescura. A sociedade precisa mudar esse pensamento, porque todos estão suscetíveis a ter anorexia” analisa Patrícia.

Além disso, temos acompanhado a proliferação de clínicas de estética e lançamentos de cremes específicos para homens. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelam que, entre 2007 e 2008, foram realizadas mais de 55 mil cirurgias plásticas em homens, entre lipoaspiração e rinoplastia.

Os estudos em torno da doença são cada vez mais rigorosos e aprofundados. Algo que já se caracterizou comum no universo jovem, ainda mais no mundo da moda, porém que apavora os pais. Muitas vezes a consciência da doença só é tomada quando a pessoa já está em um estágio avançado, e nem sempre o quadro é reversível. É preciso ficar atento, agora não apenas só nas meninas, mas neles também.

Fonte: Assessoria de Imprensa - Portal Educação

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