Curitiba é oficialmente uma das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014. O anúncio feito na tarde deste domingo (31) pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, em Nassau, nas Bahamas, apenas confirmou o que já se esperava: a capital paranaense vai integrar o maior evento de futebol do planeta mais uma vez, como na primeira e única Copa realizada no Brasil, em 1950. A partir de agora a cidade tem cerca de cinco anos para implementar uma série de obras e realizar o sonho dos seus idealizadores: ser a melhor cidade-sede da Copa de 2014.
Além de Curitiba, Blatter anunciou Belo Horizonte, Brasilia, Cuiabá, Fotaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo integrarão a competição como subsedes. Restou a Florianópolis, Goiânia, Campo Grande e Rio Branco, mesmo eliminadas da corrida para receber jogos da Copa de 2014, aguardarem algum “prêmio de consolação” que o Mundial poderá proporcionar a estas cidades.
Confiantes na indicação, os curitibanos enfrentaram a chuva e se reuniram no Parque Barigui, onde a prefeitura montou uma estrutura para acompanhar o anúncio, e na Arena da Baixada, praça esportiva indicada para receber os jogos da Copa em Curitiba e que recebeu um bom número de torcedores do Atlético Paranaense, também ansiosos pela confirmação vinda da Fifa. A festa foi completa quando a capital paranaense apareceu em um dos slides apresentados durante o anúncio de Joseph Blatter.
Apesar do clima festivo deste domingo, a corrida iniciada com a indicação do Brasil para receber a Copa do Mundo, feita em 30 de outubro de 2007, toma uma nova forma a partir da próxima segunda-feira. É quando se inicia a luta para implementar tudo o que o projeto de Curitiba para sediar a Copa previu em seus mais de 200 quilos de documentos enviados a Zurique, sede da Fifa.
O tempo é escasso e as obras de infraestrutura e adequação para um evento desta magnitude são muitas. Se tudo correr bem, o Comitê Executivo da cidade promete brigar pelo centro de comunicações da Copa, “casa” da imprensa durante o Mundial, e para que a Arena figure não só em jogos da primeira fase, mas que o estádio receba também partidas das oitavas e das quartas de final.
O número total dos investimentos ainda é uma estimativa, mas pode alcançar ou ultrapassar os R$ 9 bilhões já adiantados pela Gazeta do Povo em março deste ano. O carro-chefe das obras é o metrô de Curitiba, obra ousada e que alguns dirigentes consideram de difícil implementação até a Copa de 2014, enquanto outros vêm o projeto com otimismo e com a sua efetiva conclusão em tempo hábil.
“Depois do anúncio passaremos a trabalhar no detalhamento das ações. Estamos trabalhando há anos na implantação de algumas destas obras, e o importante será o legado que elas deixarão para Curitiba”, resumiu o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida.
Confira alguns dos principais pontos do que vem por ai para a Copa de 2014 em Curitiba:
Metrô
O Ippuc orçou inicialmente a obra em R$ 2 bilhões, porém a conclusão dos 22 quilômetros entre o Santa Cândida e a CIC pode ultrapassar este valor. Os estudos que envolvem o projeto já estão em andamento, mas só após a conclusão deles, a liberação de diversas licenças para a obra e de um aporte de dinheiro vindo do governo federal é que os curitibanos poderão ver o metrô saindo do papel. “A obra é possível de ser feita neste prazo no contexto da engenharia, mas depende do número de frentes de trabalho”, disse o presidente do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi.
Arena da Baixada
O projeto enviado por Curitiba à Fifa traz um montante de R$ 127 milhões a serem investidos no reduto dos jogos da Copa de 2014 na cidade. Com o vazamento de parte dos dados em março deste ano, o valor atualizado subiu para R$ 138,3 milhões, levando em conta apenas a conclusão do estádio. Somando-se as obras no entorno do Joaquim Américo, o valor fica em R$ 376,4 milhões. Todavia, o ponto mais polêmico da obra está na questão que envolve as (necessárias) desapropriações para que todos os equipamentos que a Arena precisa oferecer para o Mundial sejam construídos. A diretoria do Furacão e os dirigentes do estado terão muito trabalho neste empreitada e os valores envolvidos nesta parte do projeto curitibano deverão ganhar novas cifras nos próximos anos.
Aeroporto Afonso Pena
Inicialmente, o projeto de Curitiba para a Copa de 2014 não fala na construção da especulada terceira pista para o aeroporto situado em São José dos Pinhais. De fato outros aeroportos do país estão na lista de prioridades do governo federal e da Infraero, o que significa dizer que o Afonso Pena deverá ter um aumento da sua capacidade de passageiros atendidos, com a reforma e ampliação de alguns setores. Além disto, é possível que o aeroporto ganhe equipamentos de última geração que os incômodos fechamentos em virtude do tempo sejam diminuídos. Contudo, a extensão da segunda pista e até a especulada construção da terceira pista não deverão sair do papel, pelo mesmo até a Copa. Há quem defenda que a privatização do setor pela Infraero possa trazer estes e outros benefícios.
Fan Parks
O projeto curitibano indicou a Pedreira Paulo Leminski, o Parque Barigui e o Jardim Botânico como possíveis sedes dos Fan Parks, locais onde toda uma estrutura de telões e de venda de produtos e serviços – exclusivos da Fifa – é montada para que aqueles que não poderão estar na Arena da Baixada possam acompanhar os jogos em Curitiba e em outras partes do Brasil. A confirmação destes locais ainda depende de um aval da entidade máxima do futebol, e obras nestes locais, para facilitar o deslocamento e oferecer toda a infraestrutura necessária, deverão ocorrer.
Integração metropolitana
As principais vias que integram a região metropolitana de Curitiba passarão por grandes obras para a ampliação e melhor fluxo de veículos e pessoas nos próximos cinco anos. Desde a Marechal Floriano e a Avenida das Torres, principais ligações entre o Aeroporto Afonso Pena e o Centro de Curitiba, passando pela conclusão da segunda parte da Linha Verde (Eixo Norte) e obras que criem o hábito no curitibano e nos turistas de utilizarem a ciclovia que será implementada na Avenida Visconde de Guarapuava, são várias as obras previstas e com custos que passarão dos R$ 500 milhões.
Turismo
A ampliação e a qualificação de Curitiba como um dos principais pólos do turismo de negócios do Brasil é uma meta a ser atingida com a vinda da Copa de 2014. Esta prevista ampliação no número de leitos disponibilizados, porém o ponto que mais dará trabalho é a preparação e treinamento de pessoal para receber os turistas, tudo dentro de um padrão já pré-estabelecido pela Fifa. Um acordo já firmado entre o setor hoteleiro paranaense e a Match, braço da Fifa nesta área, compromete o estado a alcançar o patamar de excelência exigido pela entidade. O turismo durante a Copa deverá avançar para além das fronteiras de Curitiba, chegando a Foz do Iguaçu e Paranaguá, dois dos 65 destinos turísticos do país. Estas duas cidades e outras que participarem como cidades-satélites deverão receber investimentos. Existe a expectativa pela ampliação do Aeroporto de Foz e pela construção de um moderno terminal de passageiros no Litoral paranaense, capaz de receber transatlânticos vindos de várias partes do mundo.
Além de Curitiba, Blatter anunciou Belo Horizonte, Brasilia, Cuiabá, Fotaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo integrarão a competição como subsedes. Restou a Florianópolis, Goiânia, Campo Grande e Rio Branco, mesmo eliminadas da corrida para receber jogos da Copa de 2014, aguardarem algum “prêmio de consolação” que o Mundial poderá proporcionar a estas cidades.
Confiantes na indicação, os curitibanos enfrentaram a chuva e se reuniram no Parque Barigui, onde a prefeitura montou uma estrutura para acompanhar o anúncio, e na Arena da Baixada, praça esportiva indicada para receber os jogos da Copa em Curitiba e que recebeu um bom número de torcedores do Atlético Paranaense, também ansiosos pela confirmação vinda da Fifa. A festa foi completa quando a capital paranaense apareceu em um dos slides apresentados durante o anúncio de Joseph Blatter.
Apesar do clima festivo deste domingo, a corrida iniciada com a indicação do Brasil para receber a Copa do Mundo, feita em 30 de outubro de 2007, toma uma nova forma a partir da próxima segunda-feira. É quando se inicia a luta para implementar tudo o que o projeto de Curitiba para sediar a Copa previu em seus mais de 200 quilos de documentos enviados a Zurique, sede da Fifa.
O tempo é escasso e as obras de infraestrutura e adequação para um evento desta magnitude são muitas. Se tudo correr bem, o Comitê Executivo da cidade promete brigar pelo centro de comunicações da Copa, “casa” da imprensa durante o Mundial, e para que a Arena figure não só em jogos da primeira fase, mas que o estádio receba também partidas das oitavas e das quartas de final.
O número total dos investimentos ainda é uma estimativa, mas pode alcançar ou ultrapassar os R$ 9 bilhões já adiantados pela Gazeta do Povo em março deste ano. O carro-chefe das obras é o metrô de Curitiba, obra ousada e que alguns dirigentes consideram de difícil implementação até a Copa de 2014, enquanto outros vêm o projeto com otimismo e com a sua efetiva conclusão em tempo hábil.
“Depois do anúncio passaremos a trabalhar no detalhamento das ações. Estamos trabalhando há anos na implantação de algumas destas obras, e o importante será o legado que elas deixarão para Curitiba”, resumiu o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver de Almeida.
Confira alguns dos principais pontos do que vem por ai para a Copa de 2014 em Curitiba:
Metrô
O Ippuc orçou inicialmente a obra em R$ 2 bilhões, porém a conclusão dos 22 quilômetros entre o Santa Cândida e a CIC pode ultrapassar este valor. Os estudos que envolvem o projeto já estão em andamento, mas só após a conclusão deles, a liberação de diversas licenças para a obra e de um aporte de dinheiro vindo do governo federal é que os curitibanos poderão ver o metrô saindo do papel. “A obra é possível de ser feita neste prazo no contexto da engenharia, mas depende do número de frentes de trabalho”, disse o presidente do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), José Roberto Bernasconi.
Arena da Baixada
O projeto enviado por Curitiba à Fifa traz um montante de R$ 127 milhões a serem investidos no reduto dos jogos da Copa de 2014 na cidade. Com o vazamento de parte dos dados em março deste ano, o valor atualizado subiu para R$ 138,3 milhões, levando em conta apenas a conclusão do estádio. Somando-se as obras no entorno do Joaquim Américo, o valor fica em R$ 376,4 milhões. Todavia, o ponto mais polêmico da obra está na questão que envolve as (necessárias) desapropriações para que todos os equipamentos que a Arena precisa oferecer para o Mundial sejam construídos. A diretoria do Furacão e os dirigentes do estado terão muito trabalho neste empreitada e os valores envolvidos nesta parte do projeto curitibano deverão ganhar novas cifras nos próximos anos.
Aeroporto Afonso Pena
Inicialmente, o projeto de Curitiba para a Copa de 2014 não fala na construção da especulada terceira pista para o aeroporto situado em São José dos Pinhais. De fato outros aeroportos do país estão na lista de prioridades do governo federal e da Infraero, o que significa dizer que o Afonso Pena deverá ter um aumento da sua capacidade de passageiros atendidos, com a reforma e ampliação de alguns setores. Além disto, é possível que o aeroporto ganhe equipamentos de última geração que os incômodos fechamentos em virtude do tempo sejam diminuídos. Contudo, a extensão da segunda pista e até a especulada construção da terceira pista não deverão sair do papel, pelo mesmo até a Copa. Há quem defenda que a privatização do setor pela Infraero possa trazer estes e outros benefícios.
Fan Parks
O projeto curitibano indicou a Pedreira Paulo Leminski, o Parque Barigui e o Jardim Botânico como possíveis sedes dos Fan Parks, locais onde toda uma estrutura de telões e de venda de produtos e serviços – exclusivos da Fifa – é montada para que aqueles que não poderão estar na Arena da Baixada possam acompanhar os jogos em Curitiba e em outras partes do Brasil. A confirmação destes locais ainda depende de um aval da entidade máxima do futebol, e obras nestes locais, para facilitar o deslocamento e oferecer toda a infraestrutura necessária, deverão ocorrer.
Integração metropolitana
As principais vias que integram a região metropolitana de Curitiba passarão por grandes obras para a ampliação e melhor fluxo de veículos e pessoas nos próximos cinco anos. Desde a Marechal Floriano e a Avenida das Torres, principais ligações entre o Aeroporto Afonso Pena e o Centro de Curitiba, passando pela conclusão da segunda parte da Linha Verde (Eixo Norte) e obras que criem o hábito no curitibano e nos turistas de utilizarem a ciclovia que será implementada na Avenida Visconde de Guarapuava, são várias as obras previstas e com custos que passarão dos R$ 500 milhões.
Turismo
A ampliação e a qualificação de Curitiba como um dos principais pólos do turismo de negócios do Brasil é uma meta a ser atingida com a vinda da Copa de 2014. Esta prevista ampliação no número de leitos disponibilizados, porém o ponto que mais dará trabalho é a preparação e treinamento de pessoal para receber os turistas, tudo dentro de um padrão já pré-estabelecido pela Fifa. Um acordo já firmado entre o setor hoteleiro paranaense e a Match, braço da Fifa nesta área, compromete o estado a alcançar o patamar de excelência exigido pela entidade. O turismo durante a Copa deverá avançar para além das fronteiras de Curitiba, chegando a Foz do Iguaçu e Paranaguá, dois dos 65 destinos turísticos do país. Estas duas cidades e outras que participarem como cidades-satélites deverão receber investimentos. Existe a expectativa pela ampliação do Aeroporto de Foz e pela construção de um moderno terminal de passageiros no Litoral paranaense, capaz de receber transatlânticos vindos de várias partes do mundo.
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