"Muitos pais deixam para buscar suporte oftalmológico em estágios avançados de doenças. Os menores sinais podem relevar muito sobre a saúde ocular da criança. O diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento efetivo", esclarece o oftalmologista Mario Jampaulo, do HOB.
As causas evitáveis são aquelas que podem ser totalmente preveníveis ou tratáveis para preservar a visão da criança. Em todas as etapas da infância, a criança está sujeita ao aparecimento de problemas oftalmológicos, e é fundamental a atenção dos pais aos menores sinais de irregularidades.
Fases da infância e problemas oftalmológicos
Desde o nascimento, a criança deve passar por exames para identificar algum problema ocular. "Após o parto, todo pediatra deve realizar o teste do olhinho. É lei. O médico foca uma luz em frente ao olho do bebê e verifica se há um reflexo vermelho vindo do fundo do globo ocular do recém-nascido. Se o olho reflete a luz vermelha, o olho da criança está sadio", explica o oftalmologista. O teste denuncia catarata congênita, tumor e possíveis alterações embrionárias.
Até os dois anos de idade, sinais perceptíveis aos pais no dia-a-dia podem indicar que a saúde ocular do bebê não está bem. Por exemplo, um lacrimejamento excessivo poderia sinalizar desde uma obstrução do canal lacrimal até um glaucoma congênito. Nesses casos, seria importante a consulta a um oftalmologista.
Dos dois aos cinco anos de idade, pode surgir o estrabismo acomodativo – diferença de alinhamento entre os olhos. "Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maior o sucesso do tratamento, uma vez que o dano causado à visão só é reparado até os oito anos de idade". Segundo Jampaulo, o tratamento é simples e eficaz, consistindo em tampar o olho sadio para estimular a visão do estrábico, mas podendo ser necessário o uso de óculos e até de cirurgia.
O início da idade escolar também deve servir como referencial para pais e professores ficarem atentos aos problemas de refração nas crianças. "O desinteresse pela aula e a dificuldade de aprendizagem devem servir de alerta. É muito importante que as instituições de ensino façam avaliações de rotina para identificar possíveis problemas refrativos", alerta o especialista.
Além disso, Jampaulo destaca que os pais devem levar as crianças para uma consulta oftalmológica antes do início das aulas. "Problemas como miopia (dificuldade para enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto) e astigmatismo (imagem se forma em mais de um ponto na retina) podem afetar o desempenho escolar das crianças", explica.
Durante a pré-adolescência e a puberdade (entre 13 e 20 anos), as pessoas estão mais sujeitas ao aparecimento do ceratocone, irregularidade não-inflamatória que acomete uma a cada duas mil pessoas. O problema, às vezes, é estimulado pelo hábito de coçar os olhos em excesso, levando a córnea a sofrer mudanças em sua estrutura, obtendo o formato de cone.
Segundo o oftalmologista, os sintomas do ceratocone, muitas vezes, não são percebidos. "O adolescente não sente dor ou sequer lacrimeja, mas apresenta uma forte sensibilidade à luz e uma baixa qualidade de visão, mesmo utilizando óculos", esclarece. O ceratocone não tem cura, e a córnea não volta a seu estado original, mas os tratamentos disponíveis conseguem corrigir altos graus de astigmatismo, estabilizar o problema e reduzir a deformidade da córnea. Astigmatismo, hipermetropia e miopia também ocorrem nesta faixa etária.
Fonte: ATF Comunicação Empresarial/ Hospital Oftalmológico de Brasília.
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