segunda-feira, 23 de março de 2009

50 anos da Descoberta da Trissomia do Cromossomo 21


O dia 21/03 foi a data escolhida pela Associação Internacional Down Syndrome International, em alusão aos três cromossomos no par de número 21 que as pessoas com Síndrome de Down possuem. Neste ano, a comemoração é ainda mais especial, pois coincide com os 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21 pelo Dr. Jerome Lejeune.

A Síndrome de Down não é uma doença. É uma ocorrência genética natural, que, no Brasil acontece em 1 a cada 700 nascimentos e está presente em todas as raças. Por motivos ainda desconhecidos, durante a gestação, as células do embrião são formadas com 47 cromossomos no lugar dos 46 que se forma normalmente. Estima-se em 300.000 o número de brasileiros com Síndrome de Down. Este ano, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, tem como tema "Inclusão para a Autonomia".

O material genético em excesso (localizado no par de número 21) altera o desenvolvimento regular da criança. Os efeitos do material extra variam enormemente de indivíduo para indivíduo, mas, pode-se dizer que as principais características são os olhinhos puxados, o bebê ser mais molinho e o desenvolvimento, em geral, se dá em um ritmo mais lento.

De acordo com a professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas Carmen Sílvia Cerri Ventura meio século atrás, pessoas com Síndrome de Down, raramente sobreviviam além da adolescência. Essa situação vem mudando significativamente. "A expectativa de vida delas saltou para 56 anos, e, já não causam surpresa aquelas que ultrapassam os 60 ou mesmo os 70 anos", explica a professora.

Ela ainda ressalta que vários fatores contribuíram para que isso acontecesse - a assistência médica específica e mais eficiente, maior oportunidade de convívio social, o acesso à escola e ao mercado de trabalhos são as principais. "Com apoio para seu desenvolvimento e a inclusão em todas as esferas da sociedade, as pessoas com Síndrome de Down, têm rompido muitas barreiras", acrescenta a professora da PUC-Campinas.

Em todo o mundo, e também aqui no Brasil, há pessoas com Síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, escrevendo livros, se casando e chegando à Universidade. "No Brasil, atualmente há 5 pessoas com Síndrome de Down freqüentando a Universidade", diz a professora.

Em centros especializados e nas APAES, pessoas com Síndrome de Down recebem atendimento em fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, pedagogia e psicologia. Contudo, poucas dessas pessoas que têm hoje, mais de 60 anos, foram diretamente beneficiadas por essa estrutura de apoio, criada sobretudo nas últimas décadas. Alcançaram a 3ª idade e seu desenvolvimento em grande parte graças ao esforço dos pais e familiares para incluí-los no convívio familiar e na sociedade.

Na PUC-Campinas o responsável por atender e preparar a pessoa com deficiência para o mercado de trabalho é o Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (Ciad). O Ciad atende cerca de 600 portadores de necessidades especiais por semana, entre eles pessoas com Síndrome de Down. No momento, três programas visam inserir o portador de deficiência no mercado de trabalho. São eles o Banco de Currículos, Inclusão Digital favorecendo a inclusão social e Mercado de Trabalho Inclusivo.

O Banco de Currículos trata-se de um projeto que disponibiliza via internet a possibilidade da pessoa com deficiência se cadastrar especificando suas dificuldades e habilidades. Além de fornecer às empresas os currículos cadastrados que se aproximam do perfil solicitado para vaga. Em síntese, o Banco de Currículos tem a proposta de promover de forma eficiente o encontro do candidato com a vaga para agilizar a inclusão das pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. Para a viabilização da proposta, são estabelecidas parcerias com empresas e um acompanhamento da coordenadora do projeto para a inclusão no mercado.

O trabalho de Inclusão digital favorecendo a inclusão social visa integrar as pessoas com necessidades especiais no mundo digital para assim conseguir a inserção social. A inserção digital deve potencializar o desenvolvimento humano e ser uma ferramenta para a diminuição das diferenças sociais. São realizadas aulas individuais e em grupo de inclusão e alfabetização digital. As aulas são acompanhadas e são dadas orientações sobre a utilização da internet enquanto ferramenta de informação para o exercício da cidadania.

O projeto Mercado de trabalho inclusivo promove a inclusão de pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho auxiliando o exercício da cidadania, preparar jovens e adultos para inclusão no mercado de trabalho e acompanhar o processo de seleção e orientação da inclusão da pessoa com deficiência nas empresas até que o processo seja concluído. Para tanto a coordenadora do projeto em conjunto com os estagiários buscam vagas junto às empresas, das assessoria às empresas para o cumprimento da lei de cotas, encaminhar o portador de deficiência e acompanhá-lo nos processos seletivos até sua contratação.[14]

Além desses projetos o Ciad desenvolve outras ações e todos os serviços são gratuitos e os usuários desses serviços podem estar ligados a entidades assistênciais ou não.

Fonte: Segs Portal Nacional

0 comentários:

Postar um comentário

 
©2008 Elke di Barros Por Templates e Acessorios